sábado, 17 de agosto de 2013

Blitz Policial e Transporte Público

As campanhas desenvolvidas na cidade de São Miguel dos Campos, pelos órgãos de trânsito, são realizadas em benefício da população? Quem são os interessados nessas ações? O que poderia/deveria mudar? Como o transporte público é avaliado por seus usuários?


Inicialmente, pode aparentar não haver muito sentido na conexão entre as investidas de responsáveis pelo trânsito da cidade e o transporte público que é oferecido a seus habitantes, mas os temas estão diretamente ligados, desde as responsabilidades até a negligência que caracteriza a administração pública, há décadas, nesse setor.


Recentemente, há uma preocupação generalizada, em São Miguel dos Campos, entre motoqueiros, essencialmente se são mototaxistas. O temor consiste em não ser flagrado por agentes da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) sem capacete, motoqueiro ou passageiro. Os motoqueiros são o “bode expiatório” do órgão citado e do Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRV), pois há uma investida extremamente rigorosa sobre esse tipo de locomoção, através de multas e apreensões. Até determinado ponto, não há o que se discutir, visto que a fiscalização dos meios de transporte é parte da função de SMTT e BPRV, de modo que a segurança da população seja assegurada. Porém, porque a fiscalização se limita a duas rodas? É natural compreender que os carros - cujos acidentes vitimam bem mais do que motos – mereçam essa ostensiva atenção. E o que dizer do transporte público de [micro] ônibus e vans? É comum que as vans que fazem transporte coletivo em São Miguel dos Campos realizem seu itinerário com gente saindo pela janela. É mais comum ainda que um micro ônibus: seja conduzido enquanto o motorista faz a cobrança aos passageiros; que os mesmos não possuam sequer uma “cigarra”, possibilitando ao passageiro informar que vai descer no ponto seguinte; que quebrem, inclusive com pneu estourado, com excesso de passageiros, no meio da ladeira. Onde está a qualidade desses serviços – uma das frustrações causadas com a atual administração municipal, que prometeu resolver o problema? E o essencial quando tratamos desse assunto: segurança? Por que SMTT e BPRV não abordam esses veículos, multam e recolhem? Apenas motoqueiros oferecem risco para as pessoas? Em que nível de gravidade, se considerarmos uma van superlotada ou um ônibus velho e mau conservado?


Fotos: Alagoasweb

Dia 16 de agosto houve uma dessas blitz, num dos bairros mais prestigiados pela administração pública miguelense: o Hélio Jatobá; uma localidade que não recebe muita atenção quando se trata de desenvolvimento estrutural, social e econômico, no entanto é o primeiro posto quando o assunto é batida policial. Adivinha o que foi apreendido...


sábado, 1 de setembro de 2012

Eleições Municipais em São Miguel dos Campos

Sempre no período eleitoral explode em São Miguel todo tipo de faceta negativa que a má política pode oferecer. Discursos medíocres, provocativos, poluição sonora e visual, desrespeito e uma luta vazia pelo poder são explorados durante meses e conta com a conivência e apoio popular. Em 2012 não está sendo diferente.


O contexto do político de São Miguel é muito simples de se descrever, mas muito complexo quando se trata de sofrer inflexões. O eleitorado é composto basicamente de três perfis, considerando as principais motivações para o voto na região. Dois grupos se caracterizam pelo forte interesse em uma das duas últimas gestões municipais, interesse este despertado por benefícios recebidos em troca da exuberância de um apoio, incondicional, dado a uma dessas administrações. Os benefícios se expandem desde atribuições de pequenos favores, como emprego ou consulta/exame médico, até grandes tratativas de apoio financeiro e cargos de graus elevados. Em meio a esse embate há outra parcela da população, que vota pelo que entende ser mais justo e coerente para o município. É nesse cenário que se desenrolam as campanhas, tomando proporções delicados quando se trata do ridículo e do pouco desenvolvimento ideológico da política local.




Campanha Eleitoral

Seguindo os exemplos ruins do país, os candidatos do município desenvolvem as piores estratégias de propaganda para divulgar suas candidaturas. Na rua, fazem um uso abusivo de cavaletes e bandeiras, interrompendo o fluxo de pedestres e conturbando o trânsito. Outro grande estorvo é o uso de carros de som e uma festa de jingles com apelo repetitivo e tendo como base a cultura musical barata das rádios do país. Essas alegorias constituem a poluição visual e sonora que toma conta da cidade durante esse período e são recursos que não contribuem em nada para o debate que era necessário ocorrer durante uma campanha eleitoral. Um dos recursos que mais aproximaria o eleitor de seus candidatos também não se mostra eficiente, pois os comícios se limitam a enfatizar tudo o que há de negativo no discurso de um político de péssimo escalão. As carreatas também reforçam esse papel, movidas pela comoção de parcelas significativas do povo miguelense.




Aliado às deprimentes caracterizações citadas há algo que compõe o que existe de mais sujo na corrupção do ser humano, o envolvimento maciço das igrejas de quase todos os credos e religiões. Aproveitando de sua influência e da ignorância de sua plateia, uma gama de pastores estampa sua opção na mente dos fieis, um desrespeito às leis e a heterogeneidade de concepções. O suporte oferecido pelos pastores envolvidos é sempre oferecido em troca de favores financeiros, direto ou indireto, pois tratam de doações de terrenos e outros benefícios concedidos à sua comunidade religiosa, pouco importando as necessidades coletivas do povo miguelense ou com a atuação dos candidatos nas mais diversas áreas do convívio social.

Candidatos

Sem um eleitor exigente não é de se esperar muito dos candidatos, essencialmente à câmara de vereadores, um verdadeiro desastre. Boa parte dos candidatos sequer conhece as atribuições do ofício de um vereador e realiza promessas vazias ou distantes da função que executaria caso eleito. Alimentada pelo conhecimento ínfimo sobre o assunto, a população realiza sua escolha baseada num teatro de futilidades, enganações e compra de votos (que fatalmente resulta em péssimos desempenhos do legislativo, usados posteriormente pelos próprios eleitores como álibi de descrédito com a política). Aos candidatos a prefeito não se acrescenta muito, visto que insurgem da mesma pobreza ideológica e discursam para o mesmo público. Há 3 supostas candidaturas na cidade: a do atual Prefeito, George Clemente; a do empresário Nivaldo Jatobá, indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TER/AL) e aguardando decisão do Supremo Tribunal Eleitoral (STE); e a de Salustiano dos Santos. Este último apresenta sua candidatura pelo PRTB quase como uma aventura, pois não está engajado na realidade do município e é reconhecido pelo eleitor apenas durante o período de campanha usando jargões demagogos como “minha campanha será toda voltada para a aproximação com o eleitor” (afirmação dada durante caminhada pelas ruas da cidade). Nivaldo Jatobá, do PMDB, tenta seu terceiro mandato, onde as “más línguas” e a eficiência do TER afirma que é o quinto. Uma novidade na campanha desta eleição é o grande número de jovens, entre 18 e 30 anos, adeptos a causa do ex-prefeito. Ironicamente, esses jovens usam uma bandeira de “renovação” para propagar uma candidatura que passou quase os últimos 16 anos no poder. Os jovens e as mulheres são alvos em potencial dos partidos, visto que quase ou todos criaram alas para esses dois públicos com a intenção de formar seus futuros militantes. Infelizmente a maioria dos jovens envolvidos já inicia usando o mesmo discurso antiquado dos políticos oligárquicos de meio século atrás e que predomina nos dias atuais. George Clemente, entre pontos positivos e negativos, esforçar-se para manter coerência entre a realidade esperada por seus eleitores e seus 10 meses de administração. Candidato pelo PSB, o atual Prefeito carrega a responsabilidade de convencer o eleitor de que é possuidor de espírito público e competência suficiente para ao menos iniciar as transformações almejadas pela gente de São Miguel e que foram ignoradas pelas gestões anteriores. Lamentável que as estratégias de campanha elaboradas por seus correligionários não diferenciem muito das mazelas propostas pelos adversários.


A mentalidade provinciana do eleitor miguelense, que por vezes beira uma masoquista necessidade de apadrinhamento e servidão, proporciona a cidade uma campanha cheia de chacotas, provocações, discursos vazios e interesses individuais, e dessa maneira a cidade progride pouco em vista do que seria possível alcançar. Uma grande frustração para qualquer observador, ainda que pouco atento, é a postura e os argumentos de parte dos universitários do município, quase sempre baseados na mesma falta de princípios morais, éticos e sociais usados nas palavras da gente humilde.


domingo, 27 de novembro de 2011

III EXCONTEC

3ª edição da Exposição de Conhecimentos e Tecnologias, onde trabalhos científicos são apresentados pelos alunos da escola Tarcísio Soares Palmeira.


Em 2010, a Escola Estadual Tarcísio Soares Palmeira realizou a 2ª edição de sua Feira de Ciências. Os trabalhos apresentados pelos alunos abordaram temas de grande importância, ligados à sustentabilidade, tecnologia, saúde pública e desenvolvimento social, todos com um alto nível de envolvimento com as necessidades da sociedade atual. Este ano o evento contou com algumas inovações metodológicas e foi renomeado para Exposição de Conhecimentos e Tecnologias (EXCONTEC).

Durante cerca de dois meses alunos e professores construíram a exposição dos temas que, assim como no ano anterior, trataram de assuntos com bastante relevância social. A preocupação com a metodologia científica poderia ser facilmente percebida, pois todas as apresentações possuíam elementos essenciais para um trabalho científico. Ao todo foram 97 trabalhos, distribuídos entre as turmas dos três turnos da escola, todas de ensino médio. Os dois dias de exposição foram abertos à comunidade, inclusive para visitação de escolas.















Como é natural, algumas exposições ganham bastante destaque, tanto pelo empenho dos alunos quanto pelo tema selecionado. Entre tantos, são bons exemplos as equipes que apresentaram os temas: Sono, A Inclusão dos Surdos nas Escolas, Esquistossomose, Os Efeitos da Música na Mente e no Corpo Humano, Etanol, A Fantástica Química dos Cheiros, Poluição Sonora, Ginástica Laboral, Maquiagem, Avanço da Tecnologia 3D, Compras Virtuais, Saúde Pública em São Miguel dos Campos e Primeiros Socorros. Veja detalhes de alguns trabalhos:






SONO: A agitação do modo de vida atual impõe uma rotina em que as pessoas acabam se descuidando quanto a necessidades básicas para sua saúde, a necessidade de dormir bem é uma delas. Aqui pudemos conhecer a importância do sono para manutenção da saúde do ser humano e as conseqüências que uma vida desleixada nesse sentido pode inferir no bem estar das pessoas.






ESQUISTOSSOMOSE: A equipe expôs um assunto de muita importância pra sociedade miguelense, destacando os cuidados necessários para evitar a doença conhecida popularmente como "Barriga DÁgua". As informações foram destacadas com bastante propriedade e muita organização.





AMNÉSIA: Mesmo com o dinamismo de nosso cotidiano é possível que não exercitemos o cérebro de modo a causar estímulos que evitem problemas com a memória. Apesar desses exercícios não representarem cura para doenças como o "Mal de Alzheimer", podem remediar o tempo de suas seqüelas e manter a mente em boa atividade quando sadia.




PRIMEIROS SOCORROS: Uma gama de informações foi apresentada por esse grupo, que tratou das medidas a serem adotadas em vários momentos onde a vida de uma pessoa pode depender de um conhecimento básico de primeiros socorros, e podem ser utilizadas por alguém mesmo que não seja um profissional da área da saúde. Os integrantes da equipe buscaram o auxílio de agentes do corpo de bombeiros para construir sua apresentação e fizeram algumas demonstrações de como proceder em caso de necessidade.

SAÚDE PÚBLICA EM SÃO MIGUEL DOS CAMPOS: Pela caracterização social essa equipe merece um enorme destaque entre as apresentações. Os alunos coletaram  dados estruturais, financeiros e estatísticos sobre o sistema de saúde do município, que não atende bem as necessidades da população. É o que se espera de um trabalho científico (principalmente de quem está se formando na escola pública), que haja um comprometimento com a realidade de sua comunidade, informando a população e estimulando a análise crítica acerca da realidade em que está inserida. A exemplo do ano anterior, quando apresentaram o tema "Água Tratada", as alunas Liriane Arinísio e Jéssica Ferreira (na foto: 3ª e 4ª, respectivamente, da esquerda para direita) novamente foram brilhantes, sem nenhum demérito aos demais integrantes da equipe.


Ainda que a comunidade escolar deseje algumas melhoras na execução de trabalhos dessa natureza, movida pela ânsia de uma constante evolução, é possível perceber que a escola progride muito nesse sentido, proporcionando à seus alunos um excelente exercício para sua formação. A III EXCONTEC envolveu todo o corpo docente da instituição e contou com a coordenação dos professores João Donato Sampaio Ferro (Química), Marília de Fátima Oliveira da Silva, Andréa Soares dos Santos e Henrique de Souza Azevedo (Biologia).